A Dinastia de Borgonha foi a primeira do Reino de Portugal, havendo outras do mesmo nome na Europa mas sem origem comum.
No caso de Portugal, esta dinastia também conhecida como a Dinastia Afonsina provém da Casa Ducal da Borgonha por via de D. Henrique de Borgonha, primeiro Conde de Portugal.
Seu filho, D. Afonso Henriques, conhecido como O Conquistador, foi o primeiro Rei de Portugal.
A Dinastia teve seu início em 1096 quando Portugal era ainda um condado e terminou em 1383, com nove governantes sucedidos em linha familiar desta dinastia.
O Primeiro, O Conquistador (1139-1185)
D. Afonso Henriques é reconhecido como o fundador da Dinastia. Logo da morte do seu pai, D. Henrique de Borgonha e depois de vencer aos aliados de sua mãe D. Teresa na Batalha de São Mamede em 1128, proclamou-se Príncipe do Condado de Portugal, focando seus esforços no reconhecimento do Reino de Portugal na Europa.
Em 1138, depois de obter a vitória contra as tropas muçulmanas na Batalha de Ourique se declarou Rei de Portugal, conseguindo a independência portuguesa em 1179 e ganhando de maneira legítima o título de Rei.
D. Sancho I, O Povoador (1181-1211)
D. Sancho I sucedeu a seu pai D. Afonso I e continuou com seu legado de reconquistar a península sob os domínios muçulmanos.
Durante seu governo fomentou e consolidou o povoamento do território português, ainda nas zonas mais remotas, particularmente com imigrantes vindos de Flandres e de Borgonha. Junto com o anterior, seus esforços foram focados na organização político-administrativa do reino.
D. Afonso II, O Gordo (1211-33)12
A diferença de seus antecessores no governo, D. Afonso II não procurou a expansão do seu reino, nem resguardou suas fronteiras com outros reinos.
Dedicou seu mandato à consolidação a economia de Portugal, formulando o primeiro conjunto de leis portuguesas sobre direitos civis, propriedade privada e moeda.
Também estabeleceu diversos tratados comerciais com outros países europeus.
D. Sancho II, O Capelo (1233-1248)
Também conhecido como o Pio e o Piedoso, foi o sucessor no trono do seu pai D. Afonso II. Seu reinado durou pouco e foi muito tumultuoso, dada a tenra idade de treze anos com a que foi coronado. Recebeu o Reino em um estado econômico lamentável e foi incapaz de resolver estes problemas.
Por sua escassa habilidade política e incapacidade de governar foi deposto pelo Papa a favor de seu irmão D. Afonso III.
D. Afonso III, O Bolonhês (1248-1279)
Conseguiu reunir o reino dividido, expulsou definitivamente aos mouros das terras portuguesas e dotou o país de fortificações para sua defesa. Mudou a capital do reino de Coimbra para Lisboa. É recordado como um excelente administrador.
D. Dinis, O Lavrador, O Poeta (1279-1325)
Executou uma política centralizadora. Considera-se um dos responsáveis pela criação da identidade nacional, instituindo a língua portuguesa como idioma oficial do reino. Com uma educação focada no seu futuro como Rei, D. Dinis foi um soberano exemplar.
Fomentou a agricultura e distribuiu terras para os colonos. Muito culto e educado, impulsionou as letras e as artes, ordenando a construção da primeira universidade portuguesa em Coimbra em 1290.
D. Afonso IV, O Bravo (1325-1357)
É lembrado como um militar corajoso que deu um grande impulso ao desenvolvimento da marinha portuguesa, financiando as primeiras viagens de exploração ultramarina.
D. Pedro I, O Cruel, O Justiceiro (1357-1367)
Durante seu curto reinado é recordado pela reforma na administração da justiça e pela grande importância que lhe concedeu à Igreja reconhecendo seu valor através do beneplácito régio, aprovação real das bulas papais que foi mantida até o século XX.
D. Fernando, O Formoso (1367-1383)
Continuou com o desenvolvimento da marinha e, depois de conseguir a paz com Castela, dedicou-se à administração do reino.
Logo de sua morte, a linha de sucessão da Dinastia se considera quebrada ao não houver herdeiros legítimos, se bem é sucedido por seu meio irmão D. João I, fundador da Dinastia de Avis.