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........... UM POUCO SOBRE HISTÓRIAS IMPORTANTES QUE JÁ MARCARAM SEUS PASSOS POR ESTE MUNDO FORA ........... PARA QUEM GOSTA DE LER E SABER O QUE SE PASSA PELO MUNDO.
... Havia respête ...
... Versão de S. Miguel, Açores ...
- É mulhé, não veies que tás descomposta? Tás co vestide quaise ple joelhe e coa cabaça sim lence.
- Ê nã tou ceguinha, tia Maria. Ê veje cmá prata.
- Intã se veies assam tã bam, prequié que tás assam vestida? Vã todes dezê mal de ti e com todá rezã.
- Todes vã dezê mal de mim, tia Maria? Ê já andê coesse vestide plas ruas da Maia e sim lence e nã ouvi ningam dezê mal de mim.
- Dizim, dizim! Nã penses que nã dizim. Mas é plas tuas costas.
- Tia Maria, sé plas costas, ê namimporta e nim sequé sê.Maso quê ouvi dezê fou outra cousa.
- Coutra cousa é que tu ouviste dezê, mulhé? O que fou?
- Ouvi dezerim quê tinha uma bela perna e que tou muntche requinha
- É mulhé, tu nã digas isse, sequé. Quim diz isse nã tã o sê juize. E os rapazes dagora sã uns malcriades, nã sã cmós do mê tempe que se davim ó respête. Quande viim uma rapariga baxavim os olhes e fingiim que nã la viim
- Era, tia Maria? Os rapazes do tempe da tia Maria nã gostavim de vê as pernas das raparigas? Nã olhavim pra ielas?
- Olhavim, mas nã olhavim cmágora, que nã tã vergonha ninuma. Nã tirim os olhes das raparigas. Os rapazes do mê tempe olhavim com respête. Erim tementes a Das.
- Cmé cas raparigas no tempe da tia Maria andavim vestidas?
- Cmuera? Era cme dvia de sê. Cos vestides e saias até plos tornezeles e com roupas largas pales nã verim as formas do corpe. Com lences e xales cobrinde a cabaça. Agora é qué uma pouca vergonha.Andim quaise de joelhes à mostra e coas saias coladas ó corpe. Tã-se même ofrecende ós homes.
- Tia Maria, cmué que nameravim antigamente?
- Com respête! Não era essa pouca vergonha cá pori agora. Mas a culpédelas, candim cabrejande plas ruas. E home é home. Quim tam que botá sintide é a mulhé, nã é o home. O home todas sabim cmelé...
- Tia Maria, cmué que é o home?
- Tu nã sabes? O home tá sempre pronte a se botá com uma e com outra. Nã qué sabê. Mas quim fica coa fama ruim é a mulhé. Per isse, tam que sê a mulhé a tomá conta de si e se vesti cmedevesê.
- Tia Maria, ê nã percêbe uma cousa.
- Qui é que nã percebes, mulhé?
- Séra assam, sas mulhés andavim sempre todas vestidas, dos pés à cabaça, com lences e xales, ê nã percêbe uma cousa..
- É mulhé, quié que nã percebes ?
- Sas mulhés do tempe da tia Maria nunca se despiim,nim nunca mostravim os joelhes, nim a cabaça, nim as pernas ós homes...
- Pous nã.
- Intã cmué cavia tantes pectchenes nacale tempe ? Já sê, tia Maria!
- Qui é que já sabes, mulhé?
Os petchenes vinhim eram nas caxas de roupa dámérca. Coas gamas e cos candilhes.
- É mulhé, tu és o demóne im forma de gente. Ningam pode falá contigue. És uma respondona.Um foguetabrase. Some-te daqui prafora, mulhé do demóne.
Por : Roberto Pereira Rodrigues
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